Por ter acesso ao jornal de grande circulação, O Xiquexiquense repassará para a nossa blogosfera uma seção muito interessante sobre os bastidores da política nacional. Trata-se do Painel, editado por Renata Lo Petre, da Folha de São Paulo. Divirtam-se.
São Paulo, domingo, 20 de março de 2011.
Lua de mel
Decorridos cinco meses desde o segundo turno presidencial, Dilma Rousseff conquistou a confiança de parcela expressiva dos eleitores do PSDB e de José Serra. Na primeira pesquisa Datafolha de avaliação do novo governo petista, apenas 15% dos entrevistados que manifestam preferência pela sigla tucana e votaram no seu candidato consideram a administração ruim ou péssima, e 31% a classificam como boa ou ótima. O desempenho da presidente é regular para 45% dos que se declaram tucanos e para 41% dos que optaram por Serra em 2010.
É o mínimo Eleitores do PDT, cuja bancada rachou na votação do salário de R$ 545, dão maior aprovação a Dilma (45% de ótimo e bom e 31% de regular) que os simpáticos ao fiel PMDB - 40% e 42%, respectivamente.
É o máximo Entre os petistas, a presidente obtém 56% de conceitos ótimo e bom e 32% de regular. Só 2% consideram seu início de mandato ruim ou péssimo. Os que declaram ter votado em Dilma dão a ela aprovação similar: 57% de bom e ótimo, e 30% de regular.
Colateral1 Em pelo menos um aspecto, Aécio Neves poderá se beneficiar do jogo do serrista Gilberto Kassab, adversário, no DEM, justamente da ala mais próxima do senador tucano. Ao arrastar Guilherme Afif para seu novo partido, o prefeito ajudará a manter Geraldo Alckmin amarrado a São Paulo.
Colateral 2 Com um vice acoplado ao projeto daquele cujo objetivo maior é tirar-lhe a cadeira, o governador não teria condições de deixar o cargo, em 2014, para se lançar em campanha nacional.
Alfabeto Do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), comentando no Twitter o batismo da legenda de Kassab: "O partido nem nasceu e já mudou de nome. Não será mais PDB. Virou PSD e vai terminar como PDK".
Lybia is... A tensão no Planalto só se dissipou depois de confirmado que Barack Obama embarcara no Air Force One rumo a Brasília. Devido à escalada da tensão na Líbia, o governo contemplava a possibilidade de o presidente suspender a visita na undécima hora.
... on the table O atraso de mais de meia hora na chegada de Obama ao Palácio foi creditado a telefonemas e outras providências dele exigidas em razão da crise com Muammar Gaddafi. Dilma pediu a assessores uma atualização sobre o assunto antes de se sentar para a conversa com o visitante.
#prontofalei De José Serra, no Twitter, em raro momento de concessão: "O voto de abstenção do Brasil na ONU sobre a Líbia foi correto. O governo acertou".
Photo-op Descritos no noticiário como adversários dentro do governo, Antonio Palocci (Casa Civil) e Guido Mantega (Fazenda) conversaram animadamente -e a dois- enquanto as câmeras registravam o espaço reservado aos ministros na chegada de Obama ao palácio.
Avisa lá Dilma soube na quinta-feira, dia de sua viagem a Uberaba (MG), que Lula recusara o convite para comparecer, ao lado dos demais ex-presidentes, ao almoço oferecido a Obama no Itamaraty.
Onde pega Quem conhece Lula desdenha da versão segundo a qual a recusa se deveu a um cuidado para não fazer sombra a Dilma. A questão é que o petista não se interessa por eventos nos quais é só um entre vários.
com LETÍCIA SANDER e FABIO ZAMBELI
tiroteio
"Nem os cariocas entenderam a pressa do Obama de chegar logo ao Rio."DO DEPUTADO EDUARDO CUNHA (PMDB-RJ), sobre a decisão da comitiva americana de deixar Brasília no final da tarde de ontem, o que inviabilizou o jantar que seria oferecido ao presidente e sua família.
contraponto
O meu, o seu, o nosso
Ao defender, no Conselho de Ética, a representação contra Jaqueline Roriz (PMN-DF), Chico Alencar (PSOL-RJ) referiu-se ao "mensalão do DEM", o que irritou o gaúcho Onyx Lorenzoni:
-Quando o esquema começou, o DEM nem existia...
-Entendo sua reação, similar à de meus ex-correligionários, quando se fala no "mensalão do PT", e do PSDB, quando é o "mensalão tucano" em Minas...
Incomodados, deputados desses partidos ameaçaram pedir a palavra, mas o presidente do Conselho, José Carlos Araújo (PDT-BA), resolveu intervir:
-Assim a sessão não acaba nunca!
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