domingo, 1 de maio de 2011

Trabalhadores de Xique-xique, uni-vos!

Hoje, 1º de maio, é o dia em que o mundo relembra as lutas dos trabalhadores por melhores direitos. A partir da revolução industrial na Inglaterra, no século XVIII, pela 1ª vez na história da humanidade, foi necessário reunir uma massa de indivíduos para ceder sua força de trabalho para manipular máquinas recém inventadas. A classe industrial criou a classe trabalhadora e a explorou o máximo enquanto pode. No início do século XX, os trabalhadores tomaram conta do quanto era precária a sua vida. Iniciaram aí as campanhas para melhorar as condições de emprego. Em 1917, com a revolução russa, a classe trabalhadora governou pela 1ª vez uma nação. Esse evento foi decisivo para que a classe detentora do capital passasse a conceder direitos para os trabalhadores, receosa de perder o poder que detinha. 

As constituições mexicana e alemã de 1919 foram as 1ªs a estipular os direitos sociais. No Brasil, isso só veio a ocorrer com a constituição de 1934, a 1ª da era Vargas. A CLT é consolidação de leis que já previam direitos dos trabalhadores. É um Decreto-Lei de 1943, já do 2º governo Getúlio Vargas (Ditadura do Estado Novo). Nesse período Vargas é dúbio. Enquanto concedia direitos trabalhistas, restringia os direitos políticos do cidadão. A Constituição de 1988 ampliou os direitos trabalhistas, apesar de constitucionalizar a possibilidade de demissão sem justa causa. Uma das mais importantes inovações foi a equiparação do trabalho urbano e rural, especialmente para fins previdenciários. 

Em Xique-xique, o principal direito trabalhista é rotineiramente desrespeitado. De fato, muitos são os trabalhadores de nossa cidade que ganham menos de um salário mínimo. Maior ainda é o número daqueles que não são remunerados pelas hora-extras de trabalho. Por outro lado, não se tem notícia de sindicato de trabalhadores forte em Xique-xique. Até mesmo os bancários são filiados em maioria aos sindicatos de Irecê. Essa falta de organização de uma classe tão numerosa da nossa sociedade reflete em parte nos poucos direitos que de fato possuem. É uma pena. 

É necessário, para reverter a situação, que os trabalhadores de Xique-xique valorize mais sua força de trabalho e passem a se organizar melhor, a fim de ter seus direitos respeitados por todos aqueles que precisam do seu trabalho. Segue abaixo um texto sobre o tema, extraído daqui.
PRIMEIRO DE MAIO: "TRABALHADORES, UNI-VOS!"
Para muitos brasileiros, o dia primeiro de maio é considerado mais um feriado em nosso calendário. Dia de descanso para uns e de festa para outros. As centrais sindicais, por exemplo, costuma organizar eventos, com shows e atos políticos nas principais capitais do país, para reforçar o teor classista deste dia. Os patrões, por sua vez, tratam a data como Dia do Trabalho, na tentativa de descaracterizar o seu significado ideológico. O fato é que, há mais de um século, trabalhadores de todo o mundo transformam o Primeiro de Maio em um dia internacional de luta por melhores condições de trabalho e salários, contra discriminações e assédios, pela ampliação e igualdade de direitos. O dia primeiro de maio simboliza a coragem e a resistência da classe operária em suas lutas e vitórias.
Mais do que um feriado, o dia primeiro de maio foi construído pelos trabalhadores a partir de uma histórica luta pela jornada de oito horas diárias. No século XIX, os operários eram submetidos a mais de 15 horas de trabalho por dia. A redução da jornada foi considerada por Karl Marx “condição prévia” para a emancipação do proletariado. Este foi um dos grandes ideais que marcaram em 1864 a fundação da Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT), conhecida como a Primeira Internacional Socialista.
A jornada de oito horas era a principal bandeira de luta dos trabalhadores. No dia primeiro de maio de 1886, operários de Chicago, nos Estados Unidos, iniciaram uma greve pela redução da jornada de trabalho. Mais de 400 mil trabalhadores cruzaram os braços e foram violentamente reprimidos (80 operários foram assassinados e mais de cem, feridos). Três anos depois, em junho de 1889, durante o congresso da Segunda Internacional Socialista, em Paris, o Primeiro de Maio foi consagrado como dia internacional de luta pela redução da jornada de trabalho. Até o início do século XX, muitas greves ocorreram em todo o mundo, muitos trabalhadores morreram, vários foram presos, até que as oito horas diárias fossem finalmente conquistadas.
No Brasil, os ideais do Primeiro de Maio também foram defendidos pelos trabalhadores em manifestações realizadas nas primeiras décadas do século passado em São Paulo e no Rio de Janeiro. A data, no entanto, perdeu o caráter classista quando passou a ser utilizada por Getúlio Vargas como propaganda de suas ações populistas. Durante a ditadura militar, o sindicalismo independente ainda chegou a organizar manifestações históricas, como a de maio de 1968, que resultou em violento conflito. Somente na década de 80, com a criação da CUT e a ascensão do sindicalismo combativo, o Primeiro de Maio voltou a ter um caráter classista.

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