quinta-feira, 14 de abril de 2011

Bastidores da política nacional.

Abaixo segue uma seção interessante do jornal Estado de Minas de hoje. Refere-se aos bastidores da política nacional. Ou melhor, fofocas políticas. Com elas, aprendemos como as coisas acontecem em Brasília. 
Em dia com a política :: Baptista Chagas de Almeida
Primeira derrota e com voto nominal
Resultado: 333 votos pela extensão dos incentivos a Minas e ao Espírito Santo contra 41. Números eloquentes, que Vaccarezza tenta disfarçar
Não foi por falta de insistência, mas a base aliada ao Palácio do Planalto não conseguiu se entender ontem. O líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (PT-SP), bem que tentou fingir que não era com ele, mas foi derrotado na votação da medida provisória que incluiu as áreas mineira e capixaba na zona de incentivos fiscais para a indústria automotiva, que antes só beneficiava o Norte, Nordeste e Centro-Oeste. É aquela MP que o ex-presidente Lula editou só para levar a fábrica da Fiat para Pernambuco. No fim, foi uma goleada.
A votação era para ter sido concluída na terça-feira, mas o governo impediu e forçou uma reunião extraordinária ontem de manhã. E ela entrou pela tarde adentro. Vaccarezza chegou a pedir um destaque para votação em separado da emenda. E com requerimento de votação nominal. Quando viu que o palácio iria perder no voto, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) retirou o pedido de votação nominal. A presidente em exercício da Câmara dos Deputados, Rose de Freitas (DEM-ES) chegou a dar a vitória aos mineiros. Só que o deputado José Guimarães (PT-CE) tinha feito outro pedido de votação em separado. Consultadas as notas taquigráficas, a proposta teve de ser mais uma vez submetida a voto.
A insistência rendeu a primeira derrota do governo em plenário. E de goleada. No bate-cabeça da base aliada ao Palácio do Planalto, até a liderança do PT liberou a bancada. Resultado: 333 votos pela extensão dos incentivos a Minas e ao Espírito Santo contra 41. Números eloquentes, que Vaccarezza tenta disfarçar. Só que não tem jeito. O governo tomou uma invertida. 
Líder independente
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, ao anunciar a criação do PSD, foi enfático ao dizer que o novo partido não será governista em relação ao Palácio do Planalto e nem fará oposição. Como a legenda, pelo menos da boca para fora dá sinais de que não vai se alinhar automaticamente ao governo, criou-se um vácuo na Câmara. Há os cargos de líderes da maioria e da minoria, que representa a oposição. Agora haverá o cargo de líder dos independentes? 
Curto-circuito
O PMDB mineiro continua de olho numa diretoria de Furnas, já que não conseguiu emplacar, como queria, o presidente da estatal. Só que enfrentou briga ruim de comprar. O novo comandante da estatal é Flávio Decat, muito ligado ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Não foi à toa que o senador Clésio Andrade (PR-MG) pregou a transferência da sede de Furnas para Minas Gerais. Ele quer ajudar o PMDB a conseguir uma diretoria para o ex-deputado Marcos Lima. 
Temer em ação
No exercício da Presidência da República, o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) aproveita para tentar negociar uma proposta mais clara para a reforma política. Quer que os maiores partidos apresentem suas sugestões para os principais temas, em especial os mais polêmicos, em busca de chegar a um texto que seja possível de aprovar em plenário, tanto na Câmara dos Deputados, quanto no Senado. O medo é que apareçam mais de 2 mil emendas. Aí, não vota nunca. 
Bom argumento
Os deputados federais de Minas têm na ponta da língua um argumento para tentar emplacar mais cargos no segundo escalão do governo. Alegam que o estado chegou a ter quatro ministros no governo Lula: Patrus Ananias, de Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Walfrido Mares Guia, de Turismo e depois de Articulação Política; Hélio Costa, nas Comunicações; e Luiz Dulci, na chefia da Secretaria Geral da Presidência. Hoje, tem apenas Fernando Pimentel, no Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. 
Primeira mulher
O deputado Romário (PSB-RJ) chutou a bola no que viu e acertou no que não viu. Ao convidar o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), para assistir ao jogo entre Barcelona e Real Madrid, ele acabou abrindo a possibilidade para que a primeira mulher presidisse a Casa oficialmente. É Rose de Freitas (foto) que foi muito cumprimentada pelo fato inédito. Em tempo: Marco Maia não vai mais ao jogo. 
PINGA FOGO 
O PSD, o novo partido, deve enfraquecer a oposição ao governo Dilma Rousseff. E olha que ela já tinha ampla maioria. Não faz bem para a democracia. 
Aliás, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso lança, em junho, portal para discutir o papel da oposição. Como se vê, muito oportuno. 
A nomeação do ex-deputado federal Edmar Moreira (PR) para um cargo no governo de Minas virou piada na Assembleia Legislativa na terça-feira. “Essa não foi uma nomeação palaciana, foi casteliana”, disse o deputado Sávio Souza (PMDB). 
Já o deputado estadual João Leite (PSDB), que tentava discursar no plenário, foi interrompido por um pedido de verificação de quorum da oposição. Saiu pisando duro. “O Minas sem Censura está me censurando”. 
O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) entrega defesa na Câmara. Como sempre, saiu atirando. Alegou se sentir “perseguido pór fascismo das minorias”. Eu, hein! 
Falta pouco para conseguir consenso para a votação do novo Código Ambiental, diz o relator Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Resta saber que consenso. Entre os ruralistas ou entre eles e os ambientalistas?

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