sábado, 2 de abril de 2011

Corrupção à brasileira.

Notícias sobre corrupção do dinheiro do povo surgem na imprensa nacional diariamente. E isso porque o espaço e a investigação é curta, senão surgiria uma nova denúncia a cada segundo. É triste concordar que o nosso povo tem pouco ou quase nenhum caráter em se tratando de desviar para finalidades particulares o dinheiro que vem do povo e que para o povo deveria retornar. Mas o que diferencia o povo que desvia daquele povo que merecia receber o dinheiro? Até hoje não se sabe. Ninguém tem prova que o pobre que esteja no governo do dinheiro do povo não vá desviá-lo para si. Também não é certeza que o rico no poder desvie menos. No fundo, parece que o que falta é caráter mesmo! Sobre a solução do problema, O Xiquexiquense acredita que só a repressão com fiscalização e punição de verdade é capaz de diminuir a corrupção, porque aumentaria o risco e o medo de corromper. Assim, aquele que planeja desviar dinheiro do povo pensará duas vezes antes de agir. Segue uma longa notícia publicada no O Globo de 31/03/2011 sobre o tema. Vale a pena conhecer outra vez como agem os larápios nacionais. Talvez um desses more ai pertinho de você.

DINHEIRO DE MERENDA ESCOLAR ERA DESVIADO PARA COMPRAR UÍSQUE

PF prende 16 em Alagoas pelas fraudes contra dinheiro da educação

MACEIÓ. A Polícia Federal prendeu 16 pessoas, entra elas quatro primeiras-damas de municípios, acusadas de desviar R$8 milhões da merenda, do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), em 13 licitações. O dinheiro foi usado, entre 2007 e 2009, para pagamento de despesas pessoais, como caixas de vinho, ração para cachorro, uísque 12 anos e uma boneca.

Todos os produtos eram comprados em supermercados que ganhavam a licitação para a distribuição de merenda nas escolas de seis cidades. O dinheiro era descontado da verba enviada pelo governo federal.

Segundo a Polícia Federal, que desbaratou o esquema na Operação Mascotch, as empresas vencedoras das licitações usavam um valor abaixo do previsto na compra da merenda escolar. O restante abastecia o pagamento de propina (entre 5% a 10% do valor da licitação) e incrementava as compras das primeiras-damas:

- Há bilhetes das primeiras-damas especificando tantos litros de uísque, de vinho ou uma boneca. Havia pedido de feiras para a casa delas - disse o procurador da República, José Godoy Bezerra de Souza. - Fica um sentimento de repulsa, envolvendo dois bens preciosos: a nutrição e educação de crianças que dependem da merenda escolar em cidades muito pobres.

Em um mês, merenda chegava a faltar por 10 dias

Segundo o procurador, só após o cumprimento de 28 mandados de busca e apreensão, e a análise de todos os documentos, será possível saber se os prefeitos, maridos das primeiras-damas, têm participação no crime. Nesse caso, como eles têm foro privilegiado, o Ministério Público Federal enviará as investigações ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região, em Recife.

O delegado da PF André Santos Costa detalhou o esquema:

- Os gestores mandavam listas com produtos caros, para poder justificar o valor alto da nota fiscal. Só que o que era servido para os alunos, quando havia merenda, porque geralmente faltava alimentação em pelo menos dez dias do mês, eram biscoitos e suco. Chamou-me a atenção os depoimentos dos estudantes, que relatavam a frequência de falta de comida na escola e o quanto aquilo representava para eles.

De acordo com a ex-presidente do Conselho Estadual da Alimentação Escolar, Maria Consuelo Correia, as fraudes na aplicação dos recursos da merenda escolar em Alagoas são facilitadas pela falta de qualificação dos conselheiros municipais de educação, que deveriam fiscalizar a aplicação da verba federal e a qualidade da merenda.

- Tem de tudo. Há gente que é conselheira e não sabe disso ou então dizem: "Não quero ser um Paulo Bandeira". Ficam receosas de denunciar, quando sabem de alguma coisa - disse Maria Consuelo.

Ela se referiu ao professor de Educação Artística, Paulo Bandeira, que, em 2004, foi acorrentado e queimado vivo em seu próprio carro por denunciar desvios de verba federal para a educação na cidade de Satuba. O autor do crime foi o então prefeito, Adalberon de Moraes.

Os presos foram indiciados por formação de quadrilha, fraude em licitações e peculato. A PF não divulgou os nomes dos presos porque as investigações correm em segredo de Justiça. Apenas os cargos. As prisões ocorreram na cidade de Belo Monte (primeira-dama e ex-secretário municipal de Finanças); Craíbas (secretária de Educação); Estrela de Alagoas (ex-prefeita e a secretária de Educação); Lagoa da Canoa (secretária de Educação, a primeira-dama e ex-secretária de Finanças), Limoeiro de Anadia (a primeira-dama e o secretário de Administração); e Traipu (vice-prefeita, primeira-dama, o secretário de Indústria e Comércio e o ex-secretário de Administração).

Foram cumpridos ainda 28 mandados de busca e apreensão nas cidades de Maceió, Arapiraca, Limoeiro de Anadia, Lagoa da Canoa, Girau do Ponciano, Poço das Trincheiras, Senador Rui Palmeira, Belo Monte, Estrela de Alagoas, Jacaré dos Homens, Quebrangulo, Feira Grande e Traipu. Houve ainda buscas nas sedes das prefeituras de Girau do Ponciano, Poço das Trincheiras, Senador Rui Palmeira, Belo Monte e Estrela de Alagoas. 

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