quinta-feira, 21 de abril de 2011

O ensino da História.

O ensino de um modo geral é muitíssimo importante para o desenvolvimento dos indivíduos e, por consequência, da sociedade inteira. Português e Matemática são as bases de todo o aprendizado, notadamente por ser a primeira o instrumento para conhecer as demais disciplinas e a segunda por desenvolver o raciocínio lógico. Mas, conhecer o mundo em que está inserido também é indispensável, porque dele não se pode fugir. Daí a relevância da História e da Geografia. 

Com as lições dessas matérias, por exemplo, os indivíduos passam a ter noção de que as coisas presenciadas hoje já foram diferentes algum dia. Isso parece óbvio, mas é muito importante para nos darmos conta de que as coisas de hoje não permanecerão iguais amanhã. Tudo está em plena transformação, seja para melhor ou pior. Além disso, outra função relevante desse ensino é informar sobre as consequências que os acontecimentos passados trouxeram para o presente. 

Isso tudo é fundamental para ajudar os indivíduos a fazer suas escolhas, a tomar suas decisões. Desejando fazer algo positivo para si ou para os outros, ao observar o passado saberá avaliar os riscos de um comportamento seu dar errado ou certo. Também ajuda a desenvolver o senso de responsabilidade, porque o indivíduo saberá que uma atitude tomada hoje pode alterar toda a trajetória de sua vida.

Porém, apesar de sua importância, a aprendizagem dessas matérias é negligenciada pelas escolas e pelos alunos. Não é difícil encontrar professores de nossa cidade que não sabem com propriedade o que é ensinado aos seus alunos de História e Geografia. Muitos nem voltam aos livros para preparar as aulas. Também os alunos não se dedicam a aprender. Acham desimportante saber de coisas que não presenciaram. Depois, para ler uma lição gasta-se muito tempo, que poderia ser dedicado ao lazer. 

Essa situação é muito grave e precisa ser acompanhada de perto por todos que se preocupam com o desenvolvimento dos Xiquexiquenses. Será que estamos preparados para ocupar as boas vagas que o mercado de trabalho está nos oferecendo? Sim, porque diariamente vemos na mídia que agora são os empresários que não encontram trabalhadores, já que não estão qualificados para exercer uma profissão.

Segue um texto de Carlos Heitor Cony sobre o assunto, publicado no Folha de SP de hoje.
CARLOS HEITOR CONY
A história do mundo
RIO DE JANEIRO - Estamos cansados de lamentar as deficiências do ensino tal como vem se praticando no Brasil, sobretudo dos tempos autoritários para cá, quando as reformas no campo educacional foram desastrosas e ainda não chegamos ao fundo do poço.
Temos exceções. Há uma brilhante geração de profissionais que dão para o gasto. Surpreendo-me com eles, na faixa dos 30 anos, que dominam um conhecimento surpreendente nos ramos da administração, da economia, da técnica e da ciência.
Mas são exceções, repito. Prevalece a grande, a imensa massa do estudante comum, que passa pelas escolas e até mesmo pelas faculdades e aprende pouco, pouquíssimo, e, o que é mais doloroso, aprende mal.
São conhecidos diversos casos que nos envergonham. Em época de vestibular, é comum a divulgação de besteiras que circulam nas provas, algumas delas de fazer os paralelepípedos da rua Lins de Vasconcelos chorarem (estou usando uma velha imagem do Nelson Rodrigues que é do meu agrado.)
Tempos atrás, após palestra em faculdade de uma das capitais mais prósperas do país, um professor mostrou-me a cópia da prova de um aluno que se habilitava ao curso superior. A questão formulada era: "O que aconteceu de importante no Brasil em 1954". Resposta: "Getulio Vargas foi enforcado porque mandou matar Carmem Miranda, que estava em Paris".
Para muitos da geração que está chegando ao mercado da comunicação e da publicidade, o mundo, a história do mundo começou com Elis Regina, com o cinema novo e a bossa nova.
Antes disso, havia a muralha espessa, intransponível, que fazia Tiradentes descobrir o Brasil, JK nascer em Brasília e Jesus Cristo ter morado no Vaticano, onde proibiu o uso da camisinha.

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